quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

FEDEATH - Os Estafetas da Morte. - Parte 1 (?)

O bem cuidado Alfa-Romeo azul-escuro aportou na espaçosa garagem da soberba vivenda algarvia, propriedade do Excelentíssimo Senhor Engenheiro Onésimo Braga de Ramalho e Mendonça, personalidade de ascensão meteórica nos círculos políticos nacionais, num voo que, em breve, atingiria o tão almejado (e, segundo muitos, merecido) zénite da sua carreira: a posição de chefe do governo. Onésimo saiu sorridente da sua viatura – tinha decidido conduzir ele próprio, dispensando o chauffeur, colocado a seu serviço pelo Estado, até ao dia seguinte – e cumprimentou o seu jardineiro com um simples mas cordial bom-dia, acenando cortês e familiarmente com a cópia do Expresso que trazia em mãos. Era esse jornal a razão de tão boa disposição; a primeira página mostrava uma foto onde se esparramavam restos materiais da principal habitação (bem como os restos mortais dos ocupantes) de Carlos Alberto Rodado, seu principal opositor político e perene pedra no proverbial sapato com que calcorreava o trilho até São Bento. Quem diria que enviar uma dissimulada bomba através do secreto mas ilegal serviço de entregas que alguns amigos deputados, com ligações ao mercado negro, lhe haviam recomendado correria tão bem? A polícia às aranhas, o partido opositor num badanal de confusão agora que o seu candidato havia sido esfacelado por uma explosão de TNT, em suma, a vida era bela.

– Se calhar não é tão bela como gostaria. – replicou um indivíduo vestido de fato e gravata, olhos encobertos por um par justo de óculos de sol, sentado de perna traçada, que nem rei e senhor, no sofá da sala de estar.

O engenheiro manteve a calma.

– Quem é o senhor?

[Continua?]

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