Rubrica de considerações e ponderações demasiado prolixas sobre RPGs de mesa
A Minha Estante: Star Ace
A sigla OSR é usada com frequência no marketing de RPGs para indicar que certo produto é uma reimpressão de um clássico ou altamente inspirado, ao ponto de emular, os estilos e proclividades desses ditos clássicos. A nostalgia, saudosismo e simples curiosidade dos revivalismos da velha-guarda fazem com que o entusiasta apaixonado, principalmente nesta era de distribuição digital, às vezes abra demais os cordões à bolsa povoando a sua biblioteca electrónica com curiosidades, raridades e estapafurdismos que nos saúdam com alegria dos anais da (relativamente) curta, mas vasta, história dos jogos de Role Play.
RPG inspirado pelas aventuras de Buck Rogers e Flash Gordon. |
Numa dessas prateleiras virtuais encontramos o Star Ace, um jogo dos anos 80, de ritmo solto, sobre aventuras temerárias no espaço sideral com um tom de ópera espacial da era do pulp dos anos quarenta: muita acção, muito melodrama, pouco rigor científico. Como diz o próprio produto "Este é um jogo de acção e aventura - não é um jogo de teorias e factos científicos. As teorias (ou factos) do paradigma científico actualmente aceite não são parte integral deste sistema de jogo."
O que é parte integral deste jogo são todas as bases necessárias para um(a) árbitro/a (ou CM, aqui chama-se Campaign Master) poder conduzir uma equipa de Ases Estelares numa missão em nome da Aliança Federada contra o enorme vulto do Império Galáctico enquanto a ameaça dos perigosos Xenófobos, que habitam o Núcleo da Galáxia, avança lenta mas seguramente para os subjugar a ambos.
Em termos mecânicos utiliza um sistema de resolução de tarefas com recurso a dados percentílicos (d100 - se não perceberem o que isto quer dizer leiam o anterior artigo desta rubrica aqui) e a uma tabela universal de resultados que vem nos manuais do jogo e no biombo de CM. Isso evita os cálculos complexos de alguns RPGs da época mas também significa que até interiorizarmos o uso da tabela, para cada tipo de acção tentada, o ritmo do combate fica aquém do desejável numa aventura com elevado grau de acção. Outro ponto negativo é a falta de novo material criado especificamente para este produto, uma vez que a empresa que o criou teve vida curta, ficando-se com a ideia de que o jogo original e as aventuras e suplementos publicados na altura eram apenas uma semente para um plano muito maior da parte dos autores.
Logótipo da empresa liderada por John Rickets |
Haveria muito mais para dizer sobre este RPG (da Pacesetter falaremos mais no futuro) mas deixo ao vosso critério se a curiosidade ficou aguçada o suficiente para irem em busca de mais informações.
Peguem nas vossas pistolas laser, saltem para a carlinga da vossa nave espacial e façam esses dados rolar. Já sabem, há muitas coisas boas que se podem fazer em cima da mesa mas uma delas é jogar.
Até à próxima.🎲
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